Uma nova modalidade de degustação de alimentos tornou-se moda em São Paulo: o chamado "jantar às escuras". O que já vem sendo praticado ao redor do mundo, agora pode ser desfrutado em alguns restaurantes de São Paulo. A idéia é comer de olhos vendados para ressaltar todos os sentidos em torno da mesa e dos pratos que são servidos. Ao comer sempre damos mais importância ao aspecto visual da comida, é esse sentido que está em primeira instância nos avisando sobre o que vamos ingerir e com isso, relegamos a segundo plano todos os outros sentidos. Parece uma brincadeira gostosa e sadia. Perceber sabores sem poder enxergar estimula nosso olfato e até mesmo a audição entra em alerta. Descobrir texturas, sabores, temperaturas e adivinhar o que está em nossa boca. Ao redor da mesa as pessoas naturalmente tateam em busca de talheres, pratos ou até mesmo levam o alimento com as mãos à boca. Alguns relatos de participantes mostram que a interação dos pessoas é mais evidente, pois sem a visão parece mais necessária a conversa, para que todos troquem experiências e expectativas sensoriais. Esse conceito foi criado na Suiça em 1999 com objetivo de sensibilizar as pessoas sobre os desafios vividos pelos deficientes visuais. Tal modelo foi usado em outros países europeus e virou moda, o que o transformou num evento de luxo e de preços nada acessíveis. Fico imaginando a magia de tal prática: que tal um jantarzinho intímo com seu parceiro? Parece algo bastante estimulante e rico em sensualidade. Essa idéia me lembrou do filme Sem Reservas, onde Catherina Zetta Jones foi exposta a essa deliciosa tarefa. Eu ainda acredito na ética comensal e não expor nossos amigos em torno de comidas que não sejam 100% aprovadas por eles. Nada de servir carne para vegetarianos. Vamos praticar?
Tudo sem ver absolutamente nada!
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