Cardápio instintivo

Sabe aqueles dias que você precisa cozinhar mas... dá uma preguiça, e ainda por cima, as emoções do dia anterior não foram as melhores vividas mas, é preciso manipular uma carne que será assada. Quando dei por mim, estava já envolvida no preparo, totalmente movida pelos meus instintos. Sou o tipo de cozinheira que gosta de pensar muito antes sobre o que será usado e o porque de cada ingrediente. Prefiro ter tudo a mão antes de dar início ao processo culinário senão, terei a impressão que estou me perdendo em algum ítem. Talvez pela pressa do domingo, o processo foi inverso dessa vez: abri a geladeira várias vezes e fui pegando coisas boas prá temperar uma carne, baseada unicamente nos meus instintos. Ao final, parei prá pensar no que eu buscava com essa carne e que tipos de energia eu tentava transformar no meu dia. O resultado foi:  muito alho, óleo vegetal, vinagre, pimenta verde cambuci, pimenta do reino, mostarda, gengibre, além do sal grosso. Consegui reunir elementos excelentes para transmutar a energia de apatia que tinha me dominado desde a sexta feira. Era uma carne pronta prá trazer coragem, vigor, transformação, energia de sobra para a semana que começa hoje, além de ser véspera do meu aniversário. O paladar superou minhas expectativas e pude saborear a carne com grão de bico e brócolis. Nesse exemplo, o que sobressai é uma dica importante para o nosso dia a dia na cozinha pois, regidas pela pressa ou pela obrigação de cozinhar, não percebemos os padrões que manipulamos e transformamos através das receitas. O exercício é rápido e eficaz, basta pensar em tudo que escolhemos, nas quantidades que foram usadas, no dia que estamos, no planeta que rege esse dia e pronto.

Comer e pensar. Cozinhar e transformar!

Bom domingo, bom dia do Sol.