domingo, 28 de junho de 2009

Cozinha Mágica e Holística - parte 2

Todos alimentos possuem propriedades terapêuticas que são de duas origens: 
  • Funcionais: alimento funcional é aquele que além de conter as funções básicas nutricionais também traz benefícios metabólicos e fisiológicos. Este conceito leva em conta o potencial de proteção a doenças.
  • Mágicas – Magia é um conjunto de procedimentos simbólicos, ou um sistema de símbolos que se articula além do discurso racional ou da observação empírica. Tem por principal finalidade transformar a realidade em busca de cura e melhorias em geral. No caso de ervas, plantas e hortaliças em geral, cada uma é regida por um determinado planeta que carrega simbolismos e significados mágicos.


Uma dessas características não isenta a função da outra e as duas juntas são muito mais eficazes. Quando cozinhamos ritualisticamente empregamos intenção, concentração e ação. O simples mexer com uma colher de pau pode ser um ato mágico. Podemos criar e visualizar imagens, entoar mantras, cânticos ou orações e criar uma atmosfera de harmonia. Na cozinha podemos manipular as forças da natureza como se estivéssemos em um laboratório praticando a alquimia da vida, transformando elementos e realizando nossos desejos.

terça-feira, 23 de junho de 2009

A Senhora das Especiarias

Dica de leitura:

Açafrão, pimenta do reino, fava de baunilha, curcuma. Tilo, a narradora de A SENHORA DAS ESPECIARIAS, de Chitra Divakaruni, conhece as propriedades mágicas de cada erva. Para cada cliente que entra em sua loja, em Oakland, ela tem uma receita singular. Tilo consegue ver o que mora no coração das pessoas - seus desejos e esperanças.

A Senhora das Especiarias é uma lenda sobre sonhos e desejos insuspeitos narrada com poesia e magia" (Amy Tan, autora de O Clube da Felicidade e da Sorte)

Tilo nasceu na India e, após um longo ritual, passa a dominar os segredos do bom uso das especiarias. Ela poderá alcançar a imortalidade se, entre outras condições, jamais sucumbir a desejos carnais. Uma mestra precisa esquecer as próprias paixões. Mesmo tendo assumido a forma humana de uma velha, Tilo se surpreende quando o belo Raven entra um dia em seu bazar. Apaixonada, descobre subitamente sua fragilidade.

Com seu texto poético, Chitra Divakaruni impregna de doce magia o cotidiano de uma cidade moderna. Com rara sensibilidade, traça um perfil da comunidade de imigrantes indianos, divididos entre seus valores tradicionais e o sonho americano. Divakaruni vem se destacando rapidamente no cenário da literatura mundial. A SENHORA DAS ESPECIARIAS, vendido para dez países, obteve grande sucesso nos Estados Unidos.

A Senhora das Especiarias
Chitra Divakaruni
Editora Objetiva


quinta-feira, 18 de junho de 2009

Festas Juninas

As tradicionais festas juninas tem sua origem no paganismo e seus cultos agrários. A natureza sempre ofertou um espetáculo de contemplação e beleza, onde todos povos e culturas elegem datas para celebração e agradecimento ao que a terra ofereceu durante todo o ano. Para nós pagãos daqui do hemisfério sul, é época de ritualizar em torno do solstício de inverno e a chegada de uma época de sombras e muito frio quando, concomitantemente as fogueiras das festas juninas são acesas e alguns alimentos específicos e tradicionais estão presentes em grande parte das comemorações no país. O milho é mais presente nas festas juninas por ser o grão mais colhido no Brasil nessa época. São os famosos bolos, curau, pamonha, canjica, pipoca e etc. os mais consumidos nesses festejos. A riqueza do milho é milenar e sua versatilidade gastronômica está presente no cardápio de civilizações pré-colombianas, tão antigas quanto os maias e os astecas.Na região nordeste o calendário de junho abriga uma das mais importantes e esperadas festas do ano. Regado a muita comida e ao som das zabumbas, sanfonas e triângulos, os estados nordestinos investem pesado durante todo o ano e atraem milhões de turistas do país todo. Cada estado oferece suas peculiaridades comensais que valem muito a pena serem desfrutadas. Infelizmente, nada é só festa e diversão. A região mais pobre do país tem sofrido muito com as intensas chuvas e muitos dos municípios foram drasticamente atingidos. O que era precário ficou ainda pior. Parte da população de algumas cidades nordestinas contesta o uso da verba recebida do governo federal, para as festas, alegando que esse dinheiro poderia resolver questões mais urgentes para a população. Claro que se trata de uma discussão a parte mas, tais práticas de desvio de dinheiro são antigas e conhecidas nessa região do país. No sul e sudeste a data é comemorada com as festas juninas ou "arraías" geralmente promovidos pelas Igrejas e suas comunidades e pelas escolas de ensino médio. São barracas que vendem os derivados do milho, fogueiras, brincadeiras e todo espírito da festa está voltado para a importância da roça. Com raras excessões, católicos e cristãos em geral, não se dão conta que estão revivendo e recriando costumes sagrados para os pagãos. Acender a fogueira e honrar a força transformadora do fogo, celebrar a terra e sua grandiosidade, dançar em torno de um mastro com fitas coloridas e evocar a fertilidade encenando casamentos são eventos sagrados ao paganismo. Para nós pagãos, durante o mês de maio no hemisfério norte é celebrado um festival em honra à fertilidade e uma das atividades mais tradicionais, é dançar e traçar o mastro, conhecido como Maypole, que representa a união dos poderes do feminino e masculino, além de pular uma fogueira, com intuito de celebrar e honrar os dons da fertilidade da terra e de cada um dos participantes. Qualquer semelhança entre as festividades não é mera coincidência.

Enquanto isso, aproveitem o melhor das festas juninas... mas, lembre-se! Se beber não dirija!

Quentão de Maracujá (sem alcóol)

- 200 g de açúcar
- cravo, canela à gosto
- 1 pedaço pequeno de gengibre
- 2 maracujás grandes
- 1 rodela de limão

Queime o açúcar como uma calda e acrescente o cravo, canela e o gengibre. Bata os maracujás no liquidificador com 1 litro de água e peneire. Jogue o suco no açúcar queimado e mexa até que dissolva por completo. Jogue a rodela de limão e sirva!

domingo, 14 de junho de 2009

"As comidas, para mim, são entidades oníricas". Rubem Alves


Na minha religião, chamada de Wicca, a abundância dos alimentos e a fertilidade da terra são celebrações constantes no calendário neo pagão. Saudar a entrada e a saída das estações do ano são parte das atividades mágicas dos wiccanos, com a finalidade de honrar e agradecer a fartura de cada colheita. O ciclo comemorado em oito festivais durante o ano narra o mito de vida, morte e renascimento da Deusa (terra) e seu consorte (sol). Para adeptos da Wicca a relação do praticante com o alimento é de gratidão e honra. Além disso a comida está sempre presente e em farta quantidade nas celebrações neo pagãs. Come-se para partilhar de um alimento que fora consagrado em honra aos deuses e para celebrar com a comunidade em momento de festa.

Dica de leitura !


“...o contato com a água, o fogo e os alimentos que se transformavam provocava também em mim uma transformação, para melhor. Manusear formas, cores e texturas, escolher cortes, lavar grãos e cuidar do fogo sob as panelas de pedra não era propriamente uma atividade externa, “fazer a comida”, porque de algum modo secreto e mágico era eu que estava sendo preparada.”


Sonia Hirsch

in: Meditando na cozinha - crônicas e receitas

Ed. Corre Cotia

Cozinha Mágica e Holística - parte 1



Você já percebeu que toda cozinha, independente de grande ou pequena, simples ou projetada, é sempre o espaço da casa onde todas as pessoas gostam de estar? Na maioria dos eventos em família e amigos é na cozinha que todos disputam um cantinho. Vale ficar em pé, encostado na pia, espremido pelas paredes, mas ninguém quer arredar o pé da cozinha. Esse cômodo da casa, privilegiado por ser o espaço da socialização guarda muitos segredos e magia.

Cozinhar é um ato mágico, dentre muitos outros que desempenhamos no cotidiano. Enquanto elaboramos um prato, a magia se inicia no plano mental quando, imaginamos nossos ingredientes com o formato final da receita escolhida. Em seguida, durante o preparo, tem início todo um processo alquímico capaz de transformar alimentos crus em cozidos e da união de todos ingredientes para a formação de um único produto final. Por isso cozinhar é mágico, mas podemos dar intenção ao trabalho na cozinha para que tal magia desempenhe uma finalidade ou um desejo específico.Para que essa magia seja consciente e intencional é preciso conhecer os principais atributos mágicos e simbólicos presentes na cozinha e seus ingredientes, além de prestar atenção em alguns padrões de atitudes que temos no momento que nos propomos a elaborar um prato. Cozinhar deve ser um ato de amor consciente, pois o alimento que manipulamos fica impregnado da energia que emitimos.

Alguns cuidados fazem diferença na hora que decidimos entrar na cozinha e preparar uma comida. Antes, de mais nada, é preciso ter a Intenção Mágica , o porque queremos cozinhar magicamente. Você pode preparar um prato para alegrar sua casa, harmonizar a energia dos seus familiares e a sua, trazer prosperidade, saúde, amor, sorte e muito mais. Vale lembrar que o fogo, como elemento da transformação é o principal condutor de energia e responsável por toda alquimia culinária, portanto, a conexão com o fogo é vital para o sucesso de sua receita mágica. Em seguida o espaço da cozinha deve ser limpo fisicamente e harmonizado, retirando o excesso de coisas inúteis e deixando apenas o essencial para o uso diário. É muito comum os autores enaltecerem a importância de cozinhas bem típicas de bruxas, com ervas penduradas pelas paredes, caldeirões imensos, e uma variedade incrível de utensílios mágicos. Nossa realidade sócio-econômica é determinante para a escolha de nossas moradias no Brasil. A maioria das pessoas vive em pequenas casas ou apartamentos, onde a cozinha é minúscula e mal comporta o básico. Portanto, devemos levar em consideração o bom senso. Todo espaço é mágico se a intenção é essa, mas o ideal é prestar atenção à alguns cuidados que farão diferença:


  • Só cozinhe se o seu estado emocional estiver equilibrado;
  • Determine a Intenção Mágica;
  • Busque as correspondências mágicas em ervas e temperos, levando em conta as fases da lua, os Planetas e Elementos correspondentes;
  • Preste atenção nos aromas, nas cores e texturas que irá usar;
  • Use o bom senso do seu paladar para misturar alimentos muito diversos: doce com salgado, azedo com ácido, etc.;
  • Pense sobre prá quem você está cozinhando: essa pessoa sabe sobre seu encantamento? Seja ético sempre.
  • Quem irá comer seu prato, pode comê-lo? Não sirva um prato gorduroso para quem está com o colesterol alto ou não ofereça doces para quem é diabético, etc.
  • No momento da refeição, honre todos alimentos que estão no seu prato;
  • Coma com tranqüilidade, deixando todos seus sentidos agirem em torno do prato;
  • Enquanto come, lembre-se da sua Intenção Mágica e visualize essa questão já consumada;
  • Ao encerrar sua refeição preocupe-se com a limpeza da cozinha e o destino dos restos alimentares e do lixo em geral – pense, por exemplo, em reciclar e economizar água na hora da lavagem.


sexta-feira, 12 de junho de 2009

Origens do Bolo de Aniversário



Delicioso costume teve origem nas oferendas feitas aos deuses da Antiguidade

por Rodrigo Cavalcante

Celebrar uma data importante com direito a guloseimas tem sua provável origem nas festas de culto aos deuses da Antiguidade. Agradeça à deusa Ártemis, celebrada pelos gregos como a matrona da fertilidade, pelo aparecimento do bolo de aniversário. Ele é provavelmente a evolução de um preparado de mel e pão, no formato de uma lua, que fiéis levavam ao famoso templo em homenagem a ela em Éfeso, antiga colônia grega na atual Turquia.

Há especialistas que defendem outra teoria. Segundo ela, a tradição surgiu na Alemanha medieval, onde se costumava preparar uma massa de pão doce no formato do menino Jesus no Natal. Depois essa guloseima seria adaptada para a comemoração do aniversário de crianças.

Já o uso de velas também teria sido herdado do culto aos deuses antigos, que tinham a missão de levar, por meio da fumaça, os desejos e as preces dos fiéis até o céu, para que eles fossem atendidos.

Mas e as festas de aniversário? Até hoje, não se sabe a data exata de quando os nascimentos começaram a ser celebrados. Ainda nos dias atuais, a comemoração é um costume ocidental nem sempre seguido por outros povos. No Vietnã, por exemplo, os aniversários não são comemorados individualmente no dia do nascimento – e sim coletivamente, no ano-novo vietnamita, que segue o calendário lunar e acontece, em geral, entre os nossos 21 de janeiro e 9 de fevereiro.

Embora não saibam exatamente quando a tradição surgiu no Ocidente, os historiadores sabem que a festa já era conhecida na Antiguidade. “Os romanos não apenas comemoravam o dia do nascimento como tinham um nome para a festa: dies sollemnis natalis”, diz o historiador Pedro Paulo Funari, da Universidade Estadual de Campinas. “Há, por exemplo, um registro do século 2 em que uma cidadã chamada Cláudia Severa convida sua amiga Sulpícia Lepidina para a comemoração”, diz.

Outra tese que reforça a idéia de que foram os romanos os difusores dessa tradição é a existência de túmulos que registram com precisão o número de anos, meses e dias no sarcófago – o que indica que eles sabiam o dia exato do nascimento do sujeito. “Eles também comemoravam outros aniversários, como o da fundação de Roma, em 21 de abril”, diz Funari.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Gosto de infância

Esses dias eu estava recordando de alguns sabores que trouxeram prá minha infância um toque de algo especial e um pouco de magia. Eu sempre fui comilona, amante das coisas gostosas e desde criança minha mãe nunca me forçou a comer nada que eu não quisesse. Hoje eu vejo que ela sempre foi condescendente demais com o meu "refinado" paladar e que seu excesso de amor materno impediu-me de comer alimentos mais nutritivos na infância. Eu sempre achei que só tinha a lucrar com o estilo de mãe boazinha que permite a troca do prato de comida pelo chocolate. Lembrei também que por vezes ficava hospedada na casa da minha tia Guta, irmã da minha mãe e essa era linha dura com as crianças. Enquanto eu não terminava todo o prato de sopa ou comida que ela julgasse ser necessária, não teria como prêmio, a tão esperada sobremesa. Achava isso um saco e não via a hora de voltar para a liberdade comensal da minha casa, embora minha tia tenha sido uma ótima educadora e companheira.
São alguns ítens que ainda até hoje quando os vejo, sinto o cheiro ou eles simplesmente me vêem à memória, instantaneamente, recordo de quando eu era criança. Entre eles tem uma coisa que até hoje é consumida e a marca é a mesma:
Bolo Pullman: toda dia depois da escola, lá estava eu de frente a tv assistindo a mesma "Sessão da Tarde" de hoje, com um pratinho de bolo Pullman. Não importava o sabor, mas lembro que algumas vezes eu incrementava com umas boas colheradas de leite condensado por cima da fatia de bolo, ou então usava geléia de morango. Muito bom... me deu água na boca, rs!

Mandiopã: esse salgadinho fez parte da minha adolescência e muitas vezes minha mãe fritava aquela coisa que até hoje não sei do que é feito e recentemente achei no supermercado com o nome de Fritopan ou Fritopã.

Pesquisando na Wikipédia encontrei a mais correta descrição do negócio: " salgadinho feito a base de mandioca, alimento rico em amido. Tinha a fama de ser encharcado de óleo e fez muito sucesso no Brasil nas décadas de 80 e 90.

Mi Casita: Era um sanduíche de sorvete que comíamos apenas na férias de fim de ano em Poços de Caldas. O sabor desse sorvete com casquinha crocante de waffer é indescritível e descobri que ainda é comercializado lá em Poços. Era um sucesso absoluto prá mim, meu pai e minha mãe. Ele tinha gosto de festa, de passeio, de alegria, de lazer, do sair da rotina... e de tantas outras coisas boas. Sem dúvida era a maior sensação culinária dos passeios em Poços e só de pensar fico com água na boca e uma baita saudade desse tempinho. Meus pais eram mais jovens, mais felizes, mais saudáveis... Achei até o site deles: www.micasita.com.br

Refrigerantes: Gini e 7Up - aquele sabor era inconfundível.

Balas e doces: Soft, 7Belo, Goma, Juquinh
a, Paulistinha, Delicado, Gotas de Pinho Alabarda, pirulitos Dip'n lik, Mini Chicletes Adam's, Mentos e muito mais!

Na lancheira: Você que tem 40 ou mais consegue se lembrar com detalhes dos sabores da sua lancheira? Eu só lembro do cheiro de pão co
m bife a milanesa...hummmmmmm!!!!!!! Era o que tinha de melhor...rs! Minha mãe chamava um padeiro que todos dias batia na minha porta com uma cesta imensa de guloseimas e eu podia olhar tudo e escolher o que seria o meu lanche. Era bom demais, cada pão doce...





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